O ministro grego da Economia, Michalis Chryssohoidis, afirmou que a situação de seu país "é bastante desesperadora", em uma entrevista que será publicada na quinta-feira na revista alemã Die Zeit. "Nossa situação é bastante desesperadora, porque reduzimos de forma sempre mais drástica a renda das pessoas. Os gregos vivem a situação atual de forma muito dolorosa", declarou à revista, que divulgou um trecho da entrevista.
"Quando veremos a luz no fim do túnel? Não podemos responder", completou Chryssohoidis. "O governo (grego) está totalmente isolado com esta política de reformas. A oposição afirma que poderia renegociar nossas condições de crédito. E a esquerda radical quer abandonar a UE. Estamos sozinhos", afirma.
Entenda
A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.
Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor's retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.
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