JAMIL CHADE - Agência Estado
"Não há espaço mais para sonhar na Grécia". A frase contundente é de uma jovem de apenas 20 anos. Elena Papageorgiou é estudante de artes dramáticas em Atenas e fala quatro línguas. Quer ser atriz. Mas, na sexta-feira, acabava de ser informada que havia sido demitida de seu mais novo emprego: garçonete. Nos portões da Universidade de Atenas, estudantes não escondem que já desistiram de ter esperança de encontrar uma solução para a Grécia. Muitos já estão ativamente buscando emprego no exterior e outros tantos já deixaram o país.
"Só se fala nisso (sair da Grécia)", disse Elena. Seu pai é arquiteto e, com a crise, viu sua renda desabar. Sua filha decidiu buscar trabalho para completar a renda da casa. Mas sente na pele a crise. No início do ano, foi contratada para vender jornais nos faróis. A empresa acabou fechando. Passou a trabalhar em um bar. Mas, com a queda drástica de frequentadores, o bar também a demitiu. Um emprego como atriz, só mesmo nos sonhos. "Minha ideia é ir aos Estados Unidos", disse.
O primeiro-ministro George Papandreou fez um apelo na sexta-feira para que um acordo político nacional permitisse a implementação de uma ampla reforma. "Não podemos deixar que nossos jovens nos abandonem", disse.
Mas poucos ainda o escutam. Marilena Varela, estudante de línguas de 19 anos, já está com as malas prontas. Seu destino é a Alemanha. "Nunca a sociedade grega obteve um grau de escolaridade tão alto. Mas isso não resolveu nada. Não há empregos", disse.
As amigas Dimitra Vergou e Ireye Papathanagiou, estudantes de psicologia, também já estão em busca de empregos, no exterior. "Ninguém sabe o que vai ocorrer aqui ", disse Dimitra.
Não existem números exatos desse êxodo. Mas os sinais de que está ocorrendo são claros. Em outubro, o governo da Austrália realizou um seminário em Atenas sobre as condições de imigração ao país. Milhares de estudantes e profissionais enviaram seus currículos.
Nos anos 50 e 60, 150 mil gregos deixaram o país em direção à Austrália. Outros tantos migraram para os Estados Unidos e para a Europa Ocidental. Meio século depois, a pior taxa de desemprego em 50 anos e a contração de 7% do PIB fazem os gregos voltar a sair. Desde 2010, 60 mil empresas na Grécia fecharam suas portas. Desta vez, porém, não são trabalhadores rurais sem educação que abandonam o país. Mas pessoas com mestrado e doutorado.
Na Alemanha, a onda de imigrantes gregos volta a ser registrada. Desde 2010, o Conselho Mundial de Gregos no Exterior estima que dez mil pessoas já deixaram a Grécia em busca de trabalho nas cidades alemãs. Só nos últimos três meses, foram cerca de 4 mil. "Nunca vimos algo assim", disse Costas Dimitrou, chefe do Conselho. "As famílias estão desesperadas e com muito medo de seu futuro", alertou.
A entidade Europass, que serve como uma espécie de agência de empregos na UE, revelou que recebeu apenas no mês de setembro mais de 13 mil pedidos de gregos para saber de empregos fora do país.
Lois Labrianidis, professor da Universidade da Macedônia, constata que essa tendência deve crescer em 2012 com o aprofundamento da crise. Mas adverte que esse êxodo ameaça dificultar ainda mais a recuperação do país. "As pessoas que estão deixando a Grécia são justamente os profissionais que o país mais precisa agora, para fazer a transição de uma economia sem competitividade para uma economia dinâmica ", disse.
Mas poucos ainda o escutam. Marilena Varela, estudante de línguas de 19 anos, já está com as malas prontas. Seu destino é a Alemanha. "Nunca a sociedade grega obteve um grau de escolaridade tão alto. Mas isso não resolveu nada. Não há empregos", disse.
As amigas Dimitra Vergou e Ireye Papathanagiou, estudantes de psicologia, também já estão em busca de empregos, no exterior. "Ninguém sabe o que vai ocorrer aqui ", disse Dimitra.
Não existem números exatos desse êxodo. Mas os sinais de que está ocorrendo são claros. Em outubro, o governo da Austrália realizou um seminário em Atenas sobre as condições de imigração ao país. Milhares de estudantes e profissionais enviaram seus currículos.
Nos anos 50 e 60, 150 mil gregos deixaram o país em direção à Austrália. Outros tantos migraram para os Estados Unidos e para a Europa Ocidental. Meio século depois, a pior taxa de desemprego em 50 anos e a contração de 7% do PIB fazem os gregos voltar a sair. Desde 2010, 60 mil empresas na Grécia fecharam suas portas. Desta vez, porém, não são trabalhadores rurais sem educação que abandonam o país. Mas pessoas com mestrado e doutorado.
Na Alemanha, a onda de imigrantes gregos volta a ser registrada. Desde 2010, o Conselho Mundial de Gregos no Exterior estima que dez mil pessoas já deixaram a Grécia em busca de trabalho nas cidades alemãs. Só nos últimos três meses, foram cerca de 4 mil. "Nunca vimos algo assim", disse Costas Dimitrou, chefe do Conselho. "As famílias estão desesperadas e com muito medo de seu futuro", alertou.
A entidade Europass, que serve como uma espécie de agência de empregos na UE, revelou que recebeu apenas no mês de setembro mais de 13 mil pedidos de gregos para saber de empregos fora do país.
Lois Labrianidis, professor da Universidade da Macedônia, constata que essa tendência deve crescer em 2012 com o aprofundamento da crise. Mas adverte que esse êxodo ameaça dificultar ainda mais a recuperação do país. "As pessoas que estão deixando a Grécia são justamente os profissionais que o país mais precisa agora, para fazer a transição de uma economia sem competitividade para uma economia dinâmica ", disse.
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